sexta-feira, 20 de agosto de 2010

BAIRRISMO BESTA!

 Jornal "O Impacto"

Fiquei surpreso de ver o autoritarismo de dois diretores do São Raimundo no dia 15.08.2010, por ocasião do jogo contra o Paissandu, de Belém do Pará, pela série C do Brasileirão, no Colosso do Tapajós.
O diretor Jardel chegou comigo que estava sentado quase que solitário em um vão (quente) na arquibancada que dá para Av. Frei Vicente, dizendo que a torcida do Paissandu iria ter que sair dali. Eu argumentei com ele, dizendo-lhe, deixe como está, o estádio está quase vazio, não vai haver nenhum problema. Faltavam apenas 20 minutos para o início do jogo.
Ele logo respondeu-me, dizendo que iria chamar o policiamento para retirar a todos dali. E eu voltei mais uma vez a dizer-lhe que não precisava isso. Foi quando, o então neófito dublê de cartola, com pré-candidato, a candidato ao pleito de 2012, Júnior Tapajós, disse que em Belém nos tratam mal.
Eu lhe disse que isso era uma imbecilidade, um bairrismo besta! Pois, eu assisti a todos os jogos do São Raimundo em Belém, nestes dois últimos anos, inclusive, o último entre Remo e São Raimundo, no Baenão e não vi isso. (Tenho todos os ingressos para provar).
Ele disse-me que o time não era meu, respondi-lhe que, ainda bem! E nem é teu. O São Raimundo não tem dono, mas ser for teu, leva para tua casa e não traz para o estádio! Disse-me, finalizando que se lhe pagassem levaria o time para a sua casa. Ele foi saindo, por falta de argumento, talvez por só ter esse discurso, velho, cansado e desgaste que foi criado por políticos, desde a Adesão do Pará à Independência, que se preocuparam em fazer para si e não faziam por Santarém e diziam que o pessoal de Belém não deixa!
Retiraram-se, o aprendiz de Cartola e o delegado, mas conseguiram armar o único tumulto havido no Colosso do Tapajós, que trouxeram a Polícia Militar. Não sei por que razão, mas, até a assessora de esporte e lazer estava no meio da confusão, armada pelos diretores do time cá de casa, enquanto os torcedores do Paissandu estavam surpresos, porque nem todos os torcedores do Paissandu, presentes no Colosso do Tapajós, eram de Belém, como quer deixar parecer o juvenil diretor alvi negro.
De lá da capital, por via aérea, vieram aproximadamente cem torcedores, em uma caravana que se hospedaram nos hotéis da Cidade, visitaram a Feira da Cultura Popular, no sábado; domingo foram à Alter do Chão, a restaurantes e à tarde ao Colosso do Tapajós, onde, por serem de Belém, passaram por constrangimento, pela arrogância de diretores do São Raimundo, e a reboque incluíram os torcedores do Paissandu, Santarenos.
A bem da verdade, o futebol também é uma forma de turismo receptivo, assim como o Círio, o Sairé, principalmente, atraem pessoas, para aqui na sofrida e abandonada e suja Santarém, deixam e fazem circular um dinheiro extra que beneficia, do vendedor de churrasquinho, motorista de taxi, hotel, motel, restaurante, casas de souvenires e, até o flanelinha, etc..
Então, para onde vai a tradicional receptividade do povo santareno, mocorongo, tapajoara, e tupaiu? Tão comentada pelo Brasil afora?
Além do mais, após a parcial adaptação do estádio ao estatuto do torcedor, é bom lembrar que os diretores, também, podem responder por constrangimento ao torcedor. Enquanto isso, lá fora, na bilheteria da Muiraquitã, os cambistas trabalhavam tranquilamente abordando os compradores de ingresso, como ofereceram a mim. O que, também, não é permitido pelo estatuto do torcedor.
Não leve este texto como bate boca, fuxico, ou barraqueiro, mas vamos evitar nas futuras jornadas o que ocorreu no domingo passado no Colosso do Tapajós, para o bem do verdadeiro futebol santareno.