Observando as
trajetórias plebiscitárias, constatei várias contradições. Mas
contradições a parte, sinto-me bastante constrangida, pois vivo em um
Estado que impera a discriminação regional.
Ora, o norte do país é
pouco lembrado, e quando é lembrado, é pelo desmatamento, pelos
assassinatos de extrativistas e seus familiares, pelo descaso a saúde, a
educação e outros setores, que até me envergonho. E o
Estado do Pará, de grande dimensão, não consegue (ou não quer) alcançar
todos os níveis de desenvolvimento, alega vários fatores, dentre eles a
falta de dinheiro.
Penso que talvez não
seja a falta de dinheiro, penso que seja a falta de vergonha na cara,
pois os rombos em nossos cofres são estratosféricos, e quem pena é povo. Vimos
vários noticiários da ALEPA, salários altíssimos que se não fossem
desviados da finalidade, estariam ajudando a sociedade paraense.
Contudo, devemos
lembrar que há a discriminação regional. Prova disso são as agressões
sofridas pelas pessoas que querem a Divisão do Pará, que querem crescer,
desenvolver e ter uma qualidade de vida, ou seja, BUSCAM A ESPERANÇA DE
DIAS MELHORES. Isso é um direito de qualquer cidadão!
Colocando-se na
posição do NÃO, o que as Regiões do Tapajós e do Carajás vão ganhar?
Chego a conclusão de que nada vai mudar e, por azar, vão sofrer mais
ainda. O sofrimento continuará, e com certeza, se o NÃO vencer, seremos realmente esquecidos, tolidos de qualquer meio de desenvolvimento. Já nos agridem por querermos mudança. QUE
ESTADO É ESSE QUE NÃO RESPEITA A OPINIÃO CONTRÁRIA? QUE ESTADO É ESSE
QUE NÃO QUER QUE SEUS FILHOS CRESÇAM E LUTEM POR HORIZONTES MAIS
LONGÍNQUOS? QUE ESTADO É ESSE QUE MALTRATA SEU FILHO?
Um pai que ama seu filho, o deixa andar com suas próprias pernas, quer que ele conquiste o mundo e seja feliz!
Agora apareceram
tantos filhos “arrebatados”, defendendo um Estado que talvez nem
lembrassem que existia. Lutam, talvez, sem uma causa certa.
Por que o pessoal do
NÃO, não aceita a Divisão? Vimos pela televisão, que lá em Belém tem uma
população carente, que precisa de assistência, não são acolhidos e não
são bem tratados! Acham que a UNIÃO vai resolver todos os nossos problemas. A
região metropolitana de Belém não consegue solucionar nem os problemas
mais próximos, vai solucionar os nossos da Região do Tapajós e
Carajás??? Darão-nos uma qualidade de vida com todos os meios
necessários para a sobrevivência desse povo, que é esquecido, maltratado
e discriminado??? Nem quem passa em concurso público quer ir para essas
regiões. Por quê?
Dizem que vamos pagar
mais impostos. Faz-me rir, já pago um absurdo de imposto para não ter
nada em minha cidade, Santarém e outras que já visitei. Porque não pagar
mais um pouquinho para a Esperança de um povo Tapajoara e de Carajás
terem uma vida melhor. Não tenho medo da mudança, tenho medo do jeito
que está.
A campanha do SIM nos
oferece uma esperança, uma esperança de que tudo pode ser possível. Aí
vão dizer que é sonho, é utopia. Mas até os pensadores iluministas e outros sonharam e plantaram uma semente, que hoje conhecemos como DEMOCRACIA.
Por que como
Santarena, Paraense e Brasileira não posso escolher o que será bom para
mim, para a minha família, para a minha cidade?? Havendo uma divisão,
não deixarei de ser Paraense, e o serei até o fim dos meus dias. Mas por
amor ao meu PARÁ, eu tenho o dever de pensar nos meus irmãos que são
paraenses de berço e de coração. Não somos inimigos, somos irmãos!
Recebo vários e-mails
e mensagens, dizendo que a Divisão será um divórcio, como se fosse um
rompimento em seu lar e tantas outras comparações.
Fiquei, por fim,
matutando noite a dentro. Ora se a Divisão é como um divórcio, então,
devemos agir com tal. Um casal, de bom senso, quando chega ao ponto de
se divorciar, é por a relação não tem mais o mesmo objetivo, que é viver
em harmonia, crescimento e respeito. E ainda, havendo
amor por parte um dos cônjuges, por amor ele deixa livre o parceiro para
que ele seja feliz. Essa seria a concepção de um divórcio consensual.
Mas do jeito que se
vê, o egoísmo e a ausência de respeito, teríamos que nos divorciarmos
litigiosamente. Ninguém consegue manter um lar sem respeito mútuo, serão
eternas brigas e aquele que detiver o poder sempre machucará e
humilhará a outra parte. Sempre digo, acabou o respeito acabou o amor!
Quem não respeita os paraenses?? Os próprios paraenses!
Porque não percebem o
mal que nos fazem por estes lados, não percebem o quanto nos magoam. E
tem mais, nós somos os verdadeiros paraenses, porque amamos nossa terra,
amamos os nossos irmãos. QUEM ESTÁ DANDO A CARA À TAPA SOMOS NÓS, NÃO É NEM UM ARTISTA, CANTOR OU JOGADOR, que deve vir vez ou outra por aqui, ou nem venha.
Sou Santarena,
Paraense e Brasileira, por amor a mim, minha família, minha cidade,
busco, creio que os filhos desta terra que é o Pará, vão votar SIM77. Somos um povo que Deus abençoa todos os dia em suas lutas, e que pedem, no mínimo, dias melhores a si e a sua família.
Abraço a Todos
Por um Pará, Tapajós e Carajás melhor!